Parecia um cavalo ofegante – os olhos cerrados, o suor escorrendo da raiz dos cabelos, espalhando-se pelas costas, pelos flancos, pelas pernas, quase todas descobertas. Um cavalo cego mordendo o céu branco de Agosto. Mas a voz da terra chamou-o, e um relincho prolongado encheu o leito do ribeiro, morreu no alto dos amieiros. Por fim, a paz desceu ao mundo.
Eugénio de Andrade, in “Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica”
3 comentários:
"Os cavalos também se abatem"....
Depois disso tudo parece que ainda se está a rir.
Boa Páscoa. Com muitas amêndoas.
Bjs
Enviar um comentário