Lisboa, 2016 © Adelina Silva
Dia após dia a mesma vida é a mesma.
O que decorre, Lídia,
No que nós somos como em que não somos
Igualmente decorre.
Colhido, o fruto deperece; e cai
Nunca sendo colhido.
Igual é o fado, quer o procuremos,
Quer o esperemos. Sorte
Hoje, Destino sempre, e nesta ou nessa
Forma alheio e invencível.
Fernando Pessoa, in "Odes de Ricardo Reis", Lisboa: Ática, 1946
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