Póvoa de Varzim, 2011 © Adelina Silva
De que céu caído,
oh insólito,
imóvel solitário na onda do tempo?
És a duração,
o tempo que amadurece
num instante enorme, diáfano:
flecha no ar,
branco embelezado
e espaço já sem memória de flecha.
Dia feito de tempo e de vazio:
desabitas-me, apagas
meu nome e o que sou,
enchendo-me de ti: luz, nada.
E flutuo, já sem mim, pura existência.
oh insólito,
imóvel solitário na onda do tempo?
És a duração,
o tempo que amadurece
num instante enorme, diáfano:
flecha no ar,
branco embelezado
e espaço já sem memória de flecha.
Dia feito de tempo e de vazio:
desabitas-me, apagas
meu nome e o que sou,
enchendo-me de ti: luz, nada.
E flutuo, já sem mim, pura existência.
Octavio Paz, in"Liberdade sob Palavra"
6 comentários:
Contemplação.
A contemplação do mar pelo elemento humano. A minha contemplação da fotografia e do respectivo poema associado.
Um post contemplativo e que nos convida à contemplação.
Parabéns.
... acompanhado de si!
Diria que a enorme solidão desta foto só pode ser um momento de contemplação. Está magnífica.
Obrigado pela sua visita ao Pixelgraphias e pelo comentário que lá deixou e que tem valor redobrado por vir de uma concorrente.
Gosto do minimalismo desta foto. O título que lhe deu está de acordo com as sensação que ela me inspira: ausência de tempo e paradoxalmente de espaço. Parabéns.
Três elementos(ar, terra, homem) aqui em harmonia perfeita.
Muito bem captada!
Uma composição muito simples, mas cativante. E o poema complementa a foto na perfeição.
Enviar um comentário