Paris, 2012 © Adelina Silva
Ontem à tarde saí.
Queria passear as lembranças
que um dia de chuva faz crescer
em nós.
Há dias que o vento rondava a
casa
cheio de segredos incompletos
a roçar-me a orelha. E eu não
resisto
ao sabor do vento
e a uma boa história para
enganar o frio.
É fácil perdermo-nos nas ruas.
Nunca se regressa pelos mesmos
caminhos
mas todos parecem iguais
com o cheiro da chuva a deixar o
alcatrão
e a subir na memória
de outras ruas.
Mas há só um caminho que
trilhamos. O corpo
é uma bússola fiel que segue
pela estrada
enquanto o pó se levanta
muito para além dos nossos
passos.
Rosa Alice Branco, in "Animal
Volátil"
2 comentários:
Uma fotografia de olhar, de contemplar, de admirar, de sonhar e de desejar.
;-)
Fizeste com que recordasse esta bela cidade. Uma panorâmica de sonho!
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