sábado, 27 de junho de 2015

A tarde é calma

A-Ver-o-Mar, 2015 © Adelina Silva

Hoje que a tarde é calma e o céu tranquilo,
E a noite chega sem que eu saiba bem,
Quero considerar-me e ver aquilo
Que sou, e o que sou o que é que tem.

 Fernando Pessoa


quarta-feira, 17 de junho de 2015

Alvorada no Porto

Porto, 2015 © Adelina Silva


Quatrocentos anos, mais de quatrocentos anos... ou será da margem silenciosa do sonho que o tempo...



Hart Crane, in "The Bridge" 

domingo, 14 de junho de 2015

Desassossego

Póvoa de Varzim, 2015 © Adelina Silva


Os meus sonhos são um refúgio estúpido, como um guarda-chuva contra um raio.

Fernando Pessoa, in "O Livro do Desassossego"


domingo, 7 de junho de 2015

Nas dunas

Matosinhos, 2015 © Adelina Silva


Mantém a tua mão
No rigor das dunas
Andar no arame
Não é próprio de desertos

Cruza sobre mim
As pontas do vento
E orienta-as a sul
Pelo sol

Mantém a tua mão
perpendicular às dunas
E encontra o equilíbrio
No corredor do vento

A nossa conversa percorrerá oásis
Os lábios a sede

Quando saíres
Deixa encostadas
As portas do Kalahari.

Paula Tavares, in "Manual para amantes desesperados"