Póvoa de Varzim, 2009 © Adelina Silva
Era uma vez uma princesinha muito bonita, que estava a contemplar num espelho os seus lindos cabelos loiros, quando, de repente, lhe apareceu uma velha muito feia que lhe pediu que a deixasse pentear, pois nunca vira cabelos tão lindos. A princesinha, que teve muito medo da velha, não quis. Então a velha rogou-lhe uma praga – que tu tenhas de ir dançar todas as noites com o Diabo no Inferno, até gastares sete pares de sapatos de ferro. E nessa noite, quando a princesinha dormia, ao dar a última badalada da meia noite, foi levada pelo Diabo.
Ruy Coelho
[Com coreografia e interpretação de José de Almada Negreiros, Diabo, e Maria Mello Brayner, Princesa, foi apresentada no Teatro Nacional de S. Carlos, em Lisboa a 10 de Abril de 1918, três anos após a sua primeira representação (no palácio dos marqueses de Castelo-Melhor, na mesma cidade), A Princesa dos Sapatos de Ferro, obra composta em Berlim por Ruy Coelho, em 1912. O argumento é do próprio Compositor, baseado num conto popular.]