quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

História de Amor... a 1ª

Póvoa de Varzim, 2010 © Adelina Silva

Já o disse em Hiroshima Mon Amour: o que conta não é a manifestação do desejo, da tentativa amorosa. O que conta é o inferno da história única. Nada a substitui, nem uma segunda história. Nem a mentira. Nada. Quanto mais a provocamos, mais ela foge. Amar é amar alguém. Não há um múltiplo da vida que possa ser vivido. Todas as primeiras histórias de amor se quebram e depois é essa história que transportamos para as outras histórias. Quando se viveu um amor com alguém, fica-se marcado para sempre e depois transporta-se essa história de pessoa a pessoa. Nunca nos separamos dele. Não podemos evitar a unicidade, a fidelidade, como se fôssemos, só nós, o nosso próprio cosmo. Amar toda a gente, como proclamam algumas pessoas e os cristãos, é embuste. Essas coisas não passam de mentiras. Só se ama uma pessoa de cada vez. Nunca duas ao mesmo tempo.

Marguerite Duras, in "Mundo Exterior "

2 comentários:

mfc disse...

Amar é sempre uma atitude única, como único é o desenho naquela portada que só vi agora na tua foto, apesar de conhecer a portada!
Mas efectivamente nunca a "vi".

Remus disse...

Não concordo com a opinião da Marguerite Duras. Então uma mãe com dois filhos, não os pode amar da mesma forma?

A fotografia está boa. Tanto a nível de cores como no sentido gráfico.

O Amor nas maiorias das vezes é um buraco negro...