quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Falavam-me de... amor

Porto, 2010 © Adelina Silva

Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,

menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.

Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.

O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.


Natália Correia, in “O Dilúvio e a Pomba”

2 comentários:

mfc disse...

Gosto muito destes sons que nos vais trazendo a cada passo.

Remus disse...

Aproveito a oportunidade para lhe desejar um Feliz Natal, na companhia das pessoas que mais gosta.
Que ele seja essencialmente tranquilo, com Paz e muito feliz.
Tudo de bom para si!