quarta-feira, 30 de março de 2011

F[r]esta

Somewhere in the Universe, 2010 © Adelina Silva


Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,

Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou soterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de Sol posto ou nado,

Revivo, existo, conheço:
E, inda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço:
Entrego-lhe o coração.

Fernando Pessoa, in "Ficções do Interlúdio"

3 comentários:

mfc disse...

Como a tiraste?!
É a nossa pequena casa, tão maltratada!

mjalmeyda disse...

Boa foto a condizer com o poema e vice-versa.

A música é o espaço onde sinto o que meus olhos veem.

Sempre apreciei esta sua arte.

Obrigada

mjalmeyda

Remus disse...

A Adelina é astronauta, Ou será que é extra-terrestre?
:-) :-)

Não sei como foi feita, mas ficou com um efeito resplandecente.