domingo, 28 de agosto de 2011

Se a janela se abrisse...


Monção, 2011 © Adelina Silva


Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"

4 comentários:

mfc disse...

Nunca deixo de as fotografar... atraem-me!

Fábio Martins disse...

Imaginária! Gosto deste tipo de fotografia

manu disse...

Adoro janelas e dou por mim a inventar histórias do que poderá estar por detrás delas.
A avaliar pela que deixaste aqui,a vida há muito se foi, foi aberta por ti aqui com esta bela foto.
Beijos
Manu

Remus disse...

Uma janela que tem uma história e passado. Esperemos é que o futuro seja mais risonho que o presente.
Pormenor bem registado.