quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Dá-me a Tua Mão


Porto, 2011© Adelina Silva

Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta. De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia. Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois fatos existe um fato, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.

Clarice Lispector


5 comentários:

Pedro Alves disse...

Bonitas expressões.
Belo p&b!

mfc disse...

Um texto expectante... tal como a foto linda!
Beijinhos e tudo de bom para ti neste ano que aí vem.
(A tese tem andado?!)

Fábio Martins disse...

Que belo click Adelina :)
Parabéns

Remus disse...

Ao ver a fotografia, fico sem perceber se aqueles olhares são uma reprimenda, ou se são um pedido.

Bonita fotografia. Cheia de sentimento.

João Farinha disse...

Excelente. A composição e exposição ficaram muito boas.