terça-feira, 30 de outubro de 2012

Espelho de um momento

Gondomar, 2011 © Adelina Silva

Ele dissipa a claridade
Mostra aos homens as imagens sutis da aparência
Arrebata aos homens a possibilidade de se distraírem.
É duro quanto a pedra,
A pedra informe,
A pedra do movimento e da rua,
E seu brilho é tal que todas as armaduras, todas as máscaras se deformam.
O que a mão tomou desdenha mesmo de tomar a forma da mão.
O que foi compreendido não existe mais,
A ave se confundiu com o vento,
O céu com sua verdade
O homem com sua realidade.


Paul Éluard, in "Poemas"

3 comentários:

PAULO | PHOTOS disse...

detém um "cheirinho" a Natal...

:)

Existe um Olhar disse...

Um olhar que nos confunde, onde se disfarça uma realidade que existe para além do espelho. Bem capatada esta foto Adelina!

Remus disse...

Mas que carteira(?) reluzente.
Com um pouco mais de decoração e até poderia ser um dos ovos de Fabergé.
:-)

Pormenor bem descoberto e retratado.