quarta-feira, 13 de março de 2013

Não sei caminhos de cor

Bilbao, 2012 ©  Adelina Silva

Que ninguém me peça esse andar certo de quem sabe
o rumo e a hora de o atingir,
a tranquilidade de quem tem na mão o profetizado
de que a tempestade não lhe abalará o palácio,
a doçura de quem nada tem a regatear,
o clamor dos que nasceram com o sangue a crepitar.

Na minha vida nem sempre a bússola se atrai ao mesmo
norte.
Que ninguém me peça nada. Nada.
Deixai-me com o meu dia que nem sempre é dia,
com a minha noite que nem sempre é noite
como a alma quer.

Não sei caminhos de cor.

Fernando Namora, in "Mar de Sargaços"

2 comentários:

Remus disse...

Este cruzamento é uma meca para quem gostar de grafismos, como é o meu caso.

Manu disse...

Sempre gostei de olhar para estas geometrias que se encontram ao longo do nosso caminho e esta não é excepção. Bem captado Adelina.