segunda-feira, 29 de julho de 2013

Contemplação

Barcelona, 2013 © Adelina Silva


Contemplo o lago mudo
Que uma brisa estremece.
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece.

O lago nada me diz,
Não sinto a brisa mexê-lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.

Trêmulos vincos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

1 comentário:

Remus disse...

Uma explosão de água e de luz.
É uma verdadeira fonte luminosa, e não como muitas fontes pseudo-luminosas que existem em muitas das nossas rotundas.
:-)