sábado, 21 de maio de 2011

A Pedreira

Barcelona, 2009 © Adelina Silva


Pego no disforme de uma pedra e vou
em busca de outra forma
de outro quente
de outra manta

Pego nas arestas de uma pedra
e sonho catedrais.
Arrisco a perfeição de uma coluna
onde meu rosto
possa receber a luz
da primeirrísima manhã.

Pego na bruteza de uma pedra
e sei que todo o meu trabalho é renascer
tecer palavras e sentidos
e cuidar da pedra
desbravar a pedra
numa outra geometria
de fios e segredos e afectos.

José Fanha

3 comentários:

mfc disse...

Gaudi... por supuesto!

Arnaldo Macedo disse...

sou um homem
um poeta
uma máquina de passar vidro colorido
um copo uma pedra
uma pedra configurada
um avião que sobe levando-te nos seus braços
que atravessam agora o último glaciar da terra...

Mário Cesariny

Remus disse...

Infelizmente já não se fazem edifícios assim.
Por outro lado, nenhum arquitecto tem a ousadia de seguir as pegadas de Gaudi.