Maia, 2012 © Adelina Silva
Olho, olho, e só vejo negrura à minha volta. Fé? Evidentemente... Enquanto há vida, há esperança — lá diz o outro. Mas, francamente: fé em quê? Num mundo que almoça valores, janta valores, ceia valores, e os degrada cinicamente, sem qualquer estremecimento da consciência? Peçam-me tudo, menos que tape os olhos. Bem basta quando a terra mos cobrir! — Ah! mas a humanidade acaba por encontrar o seu verdadeiro caminho — dizem-me duas células ingénuas do entendimento. E eu respondo-lhes assim: Não, o homem não tem caminhos ideais e caminhos de ocasião. O homem tem os caminhos que anda.
Miguel Torga, in "Diário (1942)"
5 comentários:
Vestida a rigor e de alto gabarito.
Momento e expressão (de surpresa?) bem retratados.
Tudo nesta vida tem o seu Q de complicação Adelina.
O momento de surpresa como diz o Remus foi bem registado *
Tudo tão negro deve ser dos óculos. A fé? ter alguém que gosta de nós é o melhor que pode acontecer antes de levar mos com a terra nos olhos… O resto são jantares e ceias….ahhhh gosto da foto estás contratada para fotografar as maçãs voadoras…
Um óptimo instantâneo!
A vida tal e qual ela é...
Parabéns... e um beijinho.
Bonita...
:)
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