sábado, 11 de maio de 2013

Passagem

Paris, 2012 © Adelina Silva

(...)
Acenderam as luzes, cai a noite, a vida substitui-se.
Seja de que maneira for, é preciso continuar a viver.
Arde-me a alma como se fosse uma mão, fisicamente.
Estou no caminho de todos e esbarram comigo.
Minha quinta na província,
Haver menos que um comboio, uma diligência e a decisão de partir entre mim e ti.
Assim fico, fico... Eu sou o que sempre quer partir,
E fica sempre, fica sempre, fica sempre,
Até à morte fica, mesmo que parta, fica, fica, fica...
(...)

Álvaro de Campos, in "Poemas"

1 comentário:

Remus disse...

Estão vamos... na dúvida no caminho, vou seguir estes.

Um preto e branco de alto gabarito.