sábado, 22 de agosto de 2015

O meu horizonte

Es Trenc, 2015 © Adelina Silva

Penso muitas vezes no dia em que vislumbrei o mar pela primeira vez. O mar é grande, o mar é imenso, o meu olhar vagueava pela praia fora e esperava ser libertado: mas lá ao fundo, porém, estava o horizonte. Por que razão tenho eu um horizonte? Da vida, eu esperei o infinito.
Acaso será mais estreito, o meu horizonte, do que o das outras pessoas? Disse que me falta o sentido dos factos — acaso terei esse sentido em demasia? Desisto cedo de mais? Acabo depressa de mais? Será que conheço a felicidade e a dor apenas nos graus mais baixos, apenas no estado rarefeito?

Thomas Mann, in "Contos"


1 comentário:

Arnaldo Macedo disse...

Foto e texto bem conseguidos…A felicidade é uma montanha russa sem interrupção…