quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Morte de Rimbaud

Madrid, 2009 © Adelina Silva




Dantes ouvia o mar... bastava encostar a cabeça ao peito um do outro.
Mas um homem em cujo coração esteja concentrada toda a fúria de viver, será um homem feliz?
Não sei se posso querer alguma eternidade... não sei...
... o que vejo já não se pode cantar.

Que horas serão dentro do meu corpo?
Que mineral vermelho jorraria se golpeasse uma veia... não sei...
... o que vejo já não se pode cantar.
Lembro-me duma cabeça rebelde flutuando junto à janela. Mas a casa está repleta de gemidos, vai amanhecer, não me lembro de mais nada.
Al Berto, in “Horto de Incêncio”

3 comentários:

João Viegas disse...

Simplesmente espectacular! Do mlehor que já fez Adelina...

mfc disse...

É a vida, à força de ser vida.
A foto é................ bestial!

Remus disse...

Este fumo ou nevoeiro, está divinal.
Ele transformou por completo a fotografia.
Muitos parabéns.