sábado, 5 de junho de 2010

Carpe Diem

Póvoa de Varzim, 2010 © Adelina Silva

Acredito que se um homem vivesse a sua vida plenamente, desse forma a cada sentimento, expressão a cada pensamento, realidade a cada sonho, acredito que o mundo beneficiaria de um novo impulso de energia tão intenso que esqueceríamos todas as doenças da época medieval e regressaríamos ao ideal helénico, possivelmente até a algo mais depurado e mais rico do que o ideal helénico. Mas o mais corajoso homem entre nós tem medo de si próprio. A mutilação do selvagem sobrevive tragicamente na autonegação que nos corrompe a vida. Somos castigados pelas nossas renúncias. Cada impulso que tentamos estrangular germina no cérebro e envenena-nos. O corpo peca uma vez, e acaba com o pecado, porque a acção é um modo de expurgação. Nada mais permanece do que a lembrança de um prazer, ou o luxo de um remorso. A única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos-lhe.
Oscar Wilde, in "Retrato de Dorian Gray"
Sugestão Musical

Yeah Yeah Yeahs – Runaway

2 comentários:

Remus disse...

O que eu vejo: Uma enorme bigorna amarela a cair do céu. Tal como nos desenhos animados. ;-)
Belo momento... e bela música.

mfc disse...

O O.W. sempre me convenceu.
Diz as coisas como eu gostaria de as ter dito.