sábado, 9 de outubro de 2010

Ausência

Burgos, 2010 © Adelina Silva

Falo-te através das cidades
Falo-te através das planícies
A minha boca repousa na tua almofada
Os dois lados da parede opõem-se
À minha voz que te reconhece
Falo-te de eternidade

Ó cidades lembranças de cidades
Cidades envoltas nos nossos desejos
Cidades precoces e tardias
Cidades fortificadas cidades íntimas
Despojadas de todos os seus pedreiros
Dos seus pensadores dos seus fantasmas
(…)
E sobre o meu corpo o teu corpo estende
A toalha do seu espelho transparente.




Paul Éluard, in “Últimos Poemas de Amor”

2 comentários:

mfc disse...

Falamos com o que podemos...
Um olhar muito bonito sobre uma cidade linda!

Remus disse...

A forma como decidiu mostrar o edifício, por entre a vegetação, foi muito bem pensada e concretizada.
Parabéns!