terça-feira, 5 de outubro de 2010

Evolução

Burgos, 2010 © Adelina Silva
Museu da Evolução Humana


Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo
Tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...

Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo...

Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade...

Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.

Antero de Quental, in "Sonetos"

2 comentários:

mfc disse...

Evoluiu alguma coisita... por fora!!

Remus disse...

A evolução física em 9 fotografias.
Para além da evolução física, também houve outro tipo de evolução?