terça-feira, 13 de setembro de 2011

A festa


Oviedo, 2008 © Adelina Silva

Escuto na palavra a festa do silêncio.
Tudo está no seu sítio. As aparências apagaram-se.
As coisas vacilam tão próximas de si mesmas.
Concentram-se, dilatam-se as ondas silenciosas.
É o vazio ou o cimo? É um pomar de espuma.

Uma criança brinca nas dunas, o tempo acaricia,
o ar prolonga. A brancura é o caminho.
Surpresa e não surpresa: a simples respiração.
Relações, variações, nada mais. Nada se cria.
Vamos e vimos. Algo inunda, incendeia, recomeça.

Nada é inacessível no silêncio ou no poema.
É aqui a abóbada transparente, o vento principia.
No centro do dia há uma fonte de água clara.
Se digo árvore a árvore em mim respira.
Vivo na delícia nua da inocência aberta.
António Ramos Rosa, in "Volante Verde"

7 comentários:

Anónimo disse...

Muito gostava eu de saber fazer isto... Já tentei várias vezes mas a coisa nunca fica bem :(
Inveja!

Remus disse...

Belo monstro. Ele possui um olhar bonito e cativante. :-P

Uma fotografia que é uma autêntica explosão de cor.
Bem registado!

mfc disse...

Uma foto muito bem conseguida... e a ideia de festa lá está... exuberante!

Unknown disse...

excelente o efeito.
festa (de anos?!)

Helder Ferreira disse...

Funcionou muito bem o efeito de arrasto! :) Gostei bastante! :)

alfredo nogueira disse...

Muito bem expressa a sensação de festa. Parabéns

João Farinha disse...

Ficou perfeito. E ajuda realmente à sensação de festa, dando a ideia de movimento cor e alegria.