Porto, 2010 © Adelina Silva
Redescubro, contigo, o pedalar eufórico
pelo caminho que a seu tempo se desdobra,
reolhando os beirais - eu que era um teórico
do ar livre - e revendo o passarame à obra.
Avivento, contigo, o coração, já lânguido
das quatro soníferas redondas almofadas
sobre as quais me etangui e bocejei, num trânsito
de corpos em corrida, mas de almas paradas.
Ó ágil e frágil bicicleta andarilha,
ó tubular engonço, ó vaca e andorinha,
ó menina travessa da escola fugida,
ó possuída brincadeira, ó querida filha,
dá-me as asas - trrim! trrim! - pra que eu possa traçar
no quotidiano asfalto um oito exemplar !
Alexandre O'Neill
6 comentários:
Adelina, parece que parou mesmo para a foto :)
Belo elogio! Eu quero também deixar o meu à foto que aqui nos mostras.
Beijos
Manu
Andar de bicicleta no Porto, tirando a zona ocidental mais junto ao mar ou da zona à beira rio, é dose e não é para todos. Porque tanto existem descidas a pique, como existem subidas a pique.
:-)
A pose... a perna alçada... a vestimenta... a sensação de frio... tudo em harmonia.
estará indecisa sobre qual o rumo a tomar...
...nada melhor do que optar por percorrer um caminho "sem destino" e encontrar circunstàncias imprevisíveis que alimentam o sentido espontàneo da vida
Gostei o teu elogio à bicicleta reforçado pelas palavras de O'Neill :))
A fotografia está muito apanhada...a moça está indecisa, às vezes não é nada fácil escolher o melhor caminho!
1 bj e 1 bom fim-de-semana
Uma centralidade que nos atrai...
Enviar um comentário