domingo, 6 de maio de 2012

Miragem

Póvoa de Varzim, 2012 © Adelina Silva

Um mar sem ondas
        Que não molha mais
        Morreu seco
        Afundou-se na lonjura
        Infinita
        De si

Uma miragem confusa
        Esperança tremulante
        Ao longe
       
Não não canto o mar
       Como o concebes
       Canto o sem fim arenoso
       Que já foi água e hoje
       É pó

Um horizonte remoto
      Deserto sem tentações
      Que seduzem
      No Espelho da vaidade
      Que não há

Navegar é andar para sempre
      Assim
      Assado
      Sob o sol
      Até os ossos
      Que sorriem
      Branco

4 comentários:

Fábio Martins disse...

Uma miragem que lhe fez puxar pela poesia Adelina? :)
Beijinho

Remus disse...

Adorei este mar "granulado".
Por momentos, lembrei-me dos tempos mais antigos, quando acabava as emissão diária de televisão e aparecia esta espécie de chuva no televisor, sem o barco é claro. :-P

PAULO | PHOTOS disse...

Boa miragem! - "para a outra margem" :D

Existe um Olhar disse...

Uma outro olhar sobre o mar em que o título foi muito bem escolhido.
Gostei!

Manu