sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Reviver o Passado… com os olhos no presente

Estreou ontem nos cinemas o filme “Reviver o Passado em Brideshead”. Lembro-me de ter acompanhado a série há uns 25 anos atrás e de me ter encantado Charles Ryder (Jeremy Irons) e de me ter identificado com a Júlia. Na altura estava numa fase em que adorava ler romances da segunda guerra mundial, e esta história passava-se precisamente nos anos 40, numa Inglaterra aristocrática e em Oxford. O então oficial do exército inglês Charles Ryder recordava os tempos que tinha vivido em Brideshead como amigo e hóspede da família de Sebastian (colega universitário e irmão de Júlia) e do triângulo amoroso gerado.
Na minha saga de reviver o passado, pensando no presente, lembrei das “Pontes de Madison County”. O livro é de uma ternura comovente. Robert Kincaid e Francesca, uma mulher casada e com dois filhos, não estavam à procura de qualquer reviravolta nas suas vidas. Cada um já tinha chegado a um ponto da vida em que as expectativas pertenciam ao passado. Contudo, quatro dias depois de se conhecerem … o desejo e a paixão acontecem. Atraídos um pelo outro, partilham o amor pela beleza, pela aventura – as experiências dele são reais, enquanto que as dela existiram até então somente em seus sonhos. A atracção é intelectual, emocional e física, transcendendo todas as barreiras da moralidade e convenção.
Com sorte, mais cedo ou mais tarde, um amor destes acontece na vida de cada um. Para Robert e Francesca foi tarde, pois esta, por falta de coragem, não cede ao impulso de abandonar a família e fugir com Robert, pondo fim ao casamento e afastando-se dos filhos. Mas foi glorioso, porque vivido intensamente por ambos!
Pergunto-me, porque não? Será reprovável apercebermo-nos que alguém ainda nos dá atenção e que essa atenção pode ser retribuída? Será que nos temos de anular e viver em função de uma família?

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