segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

[H]era eu?!

A minha miúda é alta de olhos duros e longos
Assim de pé, com as suas longas e duras mãos guardando
Silêncio no seu vestido, bom para dormir
É o seu longo e duro corpo cheio de surpresas
Qual branco arame electrificado, quando sorri
Um duro e longo sorriso isso às vezes faz
Crescer alegremente em mim ardentes comichões,
E o frágil ruído dos seus olhos facilmente aguça
A minha impaciência até à ponta – a minha miúda é alta
E tesa, com pernas finas tal qual uma trepadeira
Que passou a vida inteira num muro de jardim,
E vai morrer. Quando carrancudos vamos para a cama
Com estas pernas começa a lançar-se e a enroscar-se
À minha volta, e a beijar-me o rosto e a cabeça.
e.e.cummings, in “xix poemas”

1 comentário:

Arnaldo Macedo disse...

Olá Adelina... Eu ando a comer a maçã sigo o trilho deixado pelo verme. Minha boca treme e transparece enkuanto engulo minha orgia, deito me na maçã onde o suor faz a ferida arder... Olho o travesseiro molhado as manchas, as gotas, tudo é verde...Dou uma mordidela na Mão axo k estou a escrever de mais (Lá estou eu a entrar no meu estado impensamental)Beijos limpos de pecados