Valencia, 2012 © Adelina Silva
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Alberto Caeiro
6 comentários:
Um janela diferente. Uma janela com filosofia.
Não basta!
É preciso ir além do que se vê.
A cor ôcre, os dois ângulos, as tonalidades, um neo clássico agradável, a alegria das plantas à varanda... eis uma foto cheia de sentimentos!
Uma janela que se abre com cor e alegria e porque se abriu venho desejar-te uma Páscoa Feliz.
Bonita fotografia de uma casa diferente, cheia de originalidade e bom gosto. Gostei muito, bem como das palavras do grande poeta.
1 bj e uma boa Páscoa:)
maravilhoso recanto. Obrigado pelos comentários no meu blogue.
Um espectáculo. Homenagem ao valor de sentir e pensar. E como seria bom que a web se enchesse só destas coisas... árvores reais, sem filosofias nem desarmonias.
Enviar um comentário