domingo, 6 de abril de 2014

O meu olhar é azul

Sevilha, 2014 © Adelina Silva

O meu olhar azul como o céu 
É calmo como a água ao sol. 
É assim, azul e calmo, 
Porque não interroga nem se espanta ... 
Se eu interrogasse e me espantasse 
Não nasciam flores novas nos prados 
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo... 
(Mesmo se nascessem flores novas no prado 
E se o sol mudasse para mais belo, 
Eu sentiria menos flores no prado 
E achava mais feio o sol ... 
Porque tudo é como é e assim é que é, 
E eu aceito, e nem agradeço, 
Para não parecer que penso nisso...



Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXIII" 

3 comentários:

Photo Attraction disse...

Está muito bonita e esse candeeiro é uma obra de arte, mas a fotografia merece-me dois comentários:
1) O telhado não adiciona nada e pode facilmente ser eliminado
2) as cores do céu estão um pouco exageradas

Adelina Silva disse...

Olá!

Obrigada pelo comentário. Concordo com a observação do telhado. Realmente poderia tê-lo cortado. Quanto às cores do céu; este estava mesmo assim. Não há alteração de cores, como aliás se pode constatar pelas cores do candeeiro.
Não uso qualquer software de imagem (photoshop, light qq coisa, gimp...).

Remus disse...

Vi e li e agora posso dizer que está tudo dito.
:-)