quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Encontro-t[m]e

A-ver-o-mar, 2007 Adelina Silva

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco


Mário Cesariny

1 comentário:

Arnaldo Macedo disse...

Olá Bom Dia de MAnhã...E por falar em "Manhã" sinto cair na minha testa tuas palavras molhadas"Deve ser da chuva"
os fungos da tua umidade, teus dois pontos distantes e distintos.
E por falar em "palavras doces"
acabo por sentir no corpo
mordidas famintas de ávidas vontades que não sei renomear...