Fosse a tua vida três mil anos e até mesmo dez mil, lembra-te sempre que ninguém perde outra vida que aquela que lhe tocou viver e que só se vive aquela que se perde. Assim a mais longa e a mais curta vida se equivalem. O presente é igual para todos, e o que se perde é, por isso mesmo, igual, e o que se perde surge como a perda de um segundo. Com efeito, não é o passado ou o futuro que perdemos; como poderia alguém arrebatar-nos o que não temos? Por isso toma sentido, a toda a hora, nestas duas coisas: primeiramente, que tudo, desde toda a eternidade, apresenta aspecto idêntico e passa pelos mesmos ciclos, e pouco importa assistir ao mesmo espectáculo em duzentos anos ou toda a eternidade; depois, que tanto perde o homem que morre carregado de anos como o que conta breves dias, consistindo a perda no momento presente; não se pode perder o que não se tem.
Marco Aurélio, in "Pensamentos"
5 comentários:
Não se pode perder o que não se tem... mas a frustração de não alcançar o desejado é enorme.
A foto é de uma expressão notável.
Adelina: a fotografia está genial; que maravilha de olhar. Parabéns
Um belo retrato. Gosto bastante da composição (nada habitual) que escolheste.
Composição e retrato muito bem conseguidos.
Enquadramento muito original e apelativo.
Parabéns.
Belo clicar.
Adorei :)
Abraço daqui destes lados da insanidade ***
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