terça-feira, 18 de agosto de 2009

Perdas e Ganhos

Santiago de Compostela © Adelina Silva

Fosse a tua vida três mil anos e até mesmo dez mil, lembra-te sempre que ninguém perde outra vida que aquela que lhe tocou viver e que só se vive aquela que se perde. Assim a mais longa e a mais curta vida se equivalem. O presente é igual para todos, e o que se perde é, por isso mesmo, igual, e o que se perde surge como a perda de um segundo. Com efeito, não é o passado ou o futuro que perdemos; como poderia alguém arrebatar-nos o que não temos? Por isso toma sentido, a toda a hora, nestas duas coisas: primeiramente, que tudo, desde toda a eternidade, apresenta aspecto idêntico e passa pelos mesmos ciclos, e pouco importa assistir ao mesmo espectáculo em duzentos anos ou toda a eternidade; depois, que tanto perde o homem que morre carregado de anos como o que conta breves dias, consistindo a perda no momento presente; não se pode perder o que não se tem.

Marco Aurélio, in "Pensamentos"

5 comentários:

mfc disse...

Não se pode perder o que não se tem... mas a frustração de não alcançar o desejado é enorme.

A foto é de uma expressão notável.

João Viegas disse...

Adelina: a fotografia está genial; que maravilha de olhar. Parabéns

João André Farinha disse...

Um belo retrato. Gosto bastante da composição (nada habitual) que escolheste.

Remus disse...

Composição e retrato muito bem conseguidos.
Enquadramento muito original e apelativo.
Parabéns.

Estranha pessoa esta disse...

Belo clicar.
Adorei :)

Abraço daqui destes lados da insanidade ***