sábado, 17 de outubro de 2009

O amor (dos outros)

Algures num Parque © Adelina Silva

A fartura sempre me deixou confusa. Uma mesa demasiado cheia tira-me o apetite. Um restaurante com demasiados pratos no cardápio, baralha-me. Eu adoro ir aos sítios onde até nos dizem de cor o que há. E, sabem, é às vezes no meio de quatro pratos que eu nunca comeria que descubro um paladar que me conquista.
No amor também é assim. Ou talvez seja eu que sou assim. Os homens com demasiadas mulheres em volta estão miseravelmente sozinhos. As mulheres que jogam em várias frentes comem sozinhas à noite refeições aquecidas no microondas.
(…)
O amor é para sentir, não é para mascarar. E quem tem medo de o viver é porque não o merece.

Cidália Dias, in “O Sexo e a Cidade” – Revista NS 197



4 comentários:

Vitamina Dupla disse...

"O amor é para sentir, não é para mascarar"
Nos tempos que correm o que não falta para ai é muito amor "carnavalesco"
Eu tenho que o sentir, tenho que dize-lo, tenho que partilhá-lo...
Eu amo :-)
Mas o amor é isso, é sentir e quem não sente não ama.
Beijinho grande Adelina

mfc disse...

E ele apenas dura enquanto houver verdade (nele) de parte a parte.

João Viegas disse...

belo momento, tudo junto. 5***** Prabéns

Remus disse...

Os outros amam, mas é a árvore que sofre... :-)
Mas acho que todos nós já fizemos isso mesmo...