quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Tempestade

Porto, 2009 Adelina Silva
Naquele dia, enquanto esperava, sentada ao volante do seu carro, sentiu-se desprotegida, incompreendida, só. A chuva batia forte, o vento sacudia, a visão estava turva. Pensava em tudo o que tinha acontecido, em tudo o que tinha sido dito e, sobretudo, nos silêncios entre as frases, nos suspiros e nos olhares.
Saudades…
Apercebeu-se do vazio… a mente estava ocupada… o coração batia descompassadamente. Com a respiração irregular entrecortada, sentiu-se envolvida por uma profunda melancolia. O que se passava afinal? Não se lembrava da última vez que se tinha sentido assim. Um turbilhão de sentimentos fustigava-lhe a mente. Parecia que um ciclone tinha tomado conta da sua vida. Olhou em frente.
Os carros passavam indiferentes… Para onde iam? Paravam e arrancavam; viravam à direita, à esquerda ou seguiam em frente. Qualquer um pode escolher o seu destino, pensou, o livre-arbítrio é próprio do ser humano.

1 comentário:

João Viegas disse...

Olá! Dias de chumbo assim; de passado que já não volta, mas, onde permanece ainda a saudade. Quando o vazio, precisa de espaço, para ser novamente preenchido. Todos são indiferentes até ao dia que são como nós.
pelo canto da objectiva mexeu sim :)
beijo