Póvoa de Varzim, 2011 © Adelina Silva
Confundido os seus cabelos com os cabelos
do vento, têm o corpo feliz de ser tão seu e
tão denso em plena liberdade.
Lançam os braços pela praia fora e a brancura
dos seus pulsos penetra nas espumas.
Passam aves de asas agudas e a curva dos seus
olhos prolonga o interminável rastro no céu
branco.
Com a boca colada ao horizonte aspiram longa-
mente a virgindade de um mundo que nasceu.
O extremo dos seus dedos toca o cimo de
delícia e vertigem onde o ar acaba e começa.
E aos seus ombros cola-se uma alga, feliz de
ser tão verde.
do vento, têm o corpo feliz de ser tão seu e
tão denso em plena liberdade.
Lançam os braços pela praia fora e a brancura
dos seus pulsos penetra nas espumas.
Passam aves de asas agudas e a curva dos seus
olhos prolonga o interminável rastro no céu
branco.
Com a boca colada ao horizonte aspiram longa-
mente a virgindade de um mundo que nasceu.
O extremo dos seus dedos toca o cimo de
delícia e vertigem onde o ar acaba e começa.
E aos seus ombros cola-se uma alga, feliz de
ser tão verde.
Sophia de Mello Breyner Andresen
6 comentários:
Que bela imagem desses azulejos!
Uma cena comovente.
Parabéns ao artista que a pintou, da qual a Adelina só teve que captar a alma. Objectivo totalmente bem alcançado.
Eu lembro-me delas...
E continuam a existir em cada mulher de verdade.
Um pouco da vida destas mulheres que sofrem. Um registo acompanhado em azulejo de algo bem português.
Adorei o poema.
Que beleza de blog. Estou viajando nas suas imagens e poesias. Meus parabéns.
Já estou seguindo.
Um abraço
Roberto, Brasil
Este painel de azulejo está espectacular. Grande expressividade, muita arte na composição.
Não conhecia este poema de Sophia, por acaso... maravilhoso. Tão belo que nem há palavras para o comentar, mas enfim.
Enviar um comentário