sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Rêve Oublié


Póvoa de Varzim, 2010 © Adelina Silva

Neste meu hábito surpreendente de te trazer de costas
neste meu desejo irrefletido de te possuir num trampolim
nesta minha mania de te dar o que tu gostas
e depois esquecer-me irremediavelmente de ti
(...)
Contar a vida pelos dedos e perdê-los
contar um a um os teus cabelos e seguir a estrada
contar as ondas do mar e descobrir-lhes o brilho
e depois contar um a um os teus dedos de fada

Abrir-se a janela para entrarem estrelas
abrir-se a luz para entrarem olhos
abrir-se o tecto para cair um garfo no centro da sala
e depois ruidosa uma dentadura velha
E no CIMO disto tudo uma montanha de ouro

E no FIM disto tudo um Azul-de-Prata.

António Maria Lisboa


7 comentários:

Anónimo disse...

Um mar de prata debaixo de um céu de tempestade.
Bela fotografia!

Remus disse...

Mar e céu metálicos, as cores da estação.

Daqui, até sinto o cheiro e sabor da maresia.

Existe um Olhar disse...

Abriu-se uma janela onde as nuvens encasteladas e um mar azul prata me encantou e seduziu.
Bela foto.
Beijos
Manu

Fábio Martins disse...

Ficou com um dramatismo mesmo espantoso. Agora no Outono/Inverno tira-se boas fotos como esta, na praia :-)

Roberto Machado Alves disse...

Uma foto e um poema que se complementam. Gostei imensamente. Parabéns. Voltarei mais vezes.

mfc disse...

Um mar lindo... percebido... sentido... mas frio como a realidade!

Helder Ferreira disse...

Um mar frio mas fantástico! Muito bem! :)