Paris, 2012 © Adelina Silva
Aqui estão as mãos.
São os mais belos sinais da terra.
Os anjos nascem aqui:
frescos, matinais, quase de orvalho,
de coração alegre e povoado.
(...)
Não lhes toquem: são amor e bondade.
Mais ainda: cheiram a madressilva.
São o primeiro homem, a primeira mulher.
E amanhece.
São os mais belos sinais da terra.
Os anjos nascem aqui:
frescos, matinais, quase de orvalho,
de coração alegre e povoado.
(...)
Não lhes toquem: são amor e bondade.
Mais ainda: cheiram a madressilva.
São o primeiro homem, a primeira mulher.
E amanhece.
Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"
7 comentários:
Parecem mãos em despedida. Mãos em sofrimento. Bem captado... e assustador.
Olho sempre para elas...
Gosto de as olhar e olhar de novo!
Não me cansam...
As mãos de uma pessoa (como estão arranjadas ou limpas) mostram muito o que as pessoas são. Costumo reparar nesse pormenor :)
Bonita foto Adelina
Faço minhas as palavras do Mourão.
Dá mesmo a ideia que é uma luta pela vida.
A escultura destas mãos é perfeita e extremamente expressiva e a tua fotografia mostra-nos essa enorme beleza por inteiro. Muito boa mesmo:)
* As palavras de Eugénio de Andrade também são muito belas.
1 bj
brilhos e reflexos à superfície de matéria densa, contrastam com a fragilidade das mãos
gosto
E mais Paris, pois :). Adorei o poema. Costumo chamar minha mãe de madressilva; foi grata a surpresa desta associação às mãos.
Sem dúvida, um bonito pormenor o da foto. Belo post!
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