quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Desisto

Este é um daqueles dias em que nos apetece desistir dos nossos projectos, da vida, de nós próprios. É uma melancolia que nos invade e entranha no corpo e na mente. É um cansaço de lutar para levar, aquilo em que nos comprometemos, a bom porto. É a triste constatação que, afinal, não vale a pena tanto esforço e tanto desgaste...
As resistências são tantas, os obstáculos surgem de onde menos se espera e as forças vão rareando. Finalmente, temos a certeza de que fomos vencidos.
De regresso a casa, bateu-me uma tristeza... Encostei o carro à berma. Parei. Apoiei a cabeça no volante e chorei. Não sei o que me deu... sentia-me apertada, com um nó. Estravazei tudo... em silêncio... na minha intimidade, num raro momento a sós comigo mesma. A maquilhagem desvaneceu-se. Olhei-me ao espelho. Ali estava o verdadeiro eu, completamente a descoberto, vulnerável, emocional.
Quem disse que eu era racional, quem?
Desisto de mim mesma.

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