terça-feira, 19 de maio de 2009

Solidão

Póvoa de Varzim, 2009 © Adelina Silva

A solidão é sempre fundamento
da liberdade. Mas também do espaço
por onde se desenvolve o alargar do tempo
à volta da atenção estrita do acto.
Húmus, e alma, é a solidão. E vento,
quando da imóvel solenidade clama
o mudo susto do grito, ainda suspenso
do nome que vai ser sua prisão pensada.
A menos que esse nome seja estremecimento
— fruto de solidão compenetrada
que, por dentro da sombra, nomeia o movimento
de cada corpo entrando por sua luz sagrada.


Fernando Echevarría, in "Sobre os Mortos"

5 comentários:

mfc disse...

A liberdade nasce sempre de um encontro interior através do outro.

Carla disse...

a solidão pode ser tanta coisa. Por vezes é uma necessidade que temos para nos conseguirmos encontrar
beijos

João Viegas disse...

Tudo se conjugou no momento: a foto com a palavra.do melhor. beijinho

Remus disse...

Composição muito bem estudada e harmoniosa.
O título assenta-lhe que nem uma luva.

João André Farinha disse...

Esta foto mostra que às vezes as regras são para quebrar. Resultou muito bem a sobreexposição.