domingo, 3 de maio de 2009

O mar à janela

Póvoa de Varzim, 2009 © Adelina Silva

14 de janeiro
todo o santo dia bateram à porta. não abri, não me apetece ver pessoas, ninguém.
escrevi muito, de tarde e pela noite dentro.
curiosamente, hoje, ouve-se o mar como se estivesse dentro de casa. o vento deve estar de feição. a ressonância das vagas contra os rochedos sobressalta-me. desconfio que se disser mar em voz alta, o mar entra pela janela.
sou um homem privilegiado, ouço o mar ao entardecer. que mais posso desejar? e no entanto, não estou alegre nem apaixonado. nem me parece que esteja feliz. escrevo com um único fim: salvar o dia.

Al Berto

6 comentários:

João Viegas disse...

Tem tudo a ver, foto, a ambiência, quase me senti o Robison Crusoe por um momento. beijinho

mfc disse...

... pelo contrário, o mar apazigua-me! Ouvi-lo é como manter um diálogo com alguém que nos escuta (e todos precisamos muito de sermos escutados)!

. intemporal . disse...

F
e
l
i
z

d_____i_____a

d
a

M__________Ã__________E

hoje e sempre.

íssimo.

Estranha pessoa esta disse...

E tantas e tantas vezes é esse o único refúgio de 'salvar o dia'.

Um abraço grande destes lados do Desassossego

Remus disse...

Em termos de enquadramento, acho que a fotografia está ligeiramente torna.
Mas a simplicidade aliada aos pormenores e detalhes transformaram a fotografia em única.

A Respigadeira disse...

Esta fotografia está perfeita!

Beijinhos