A paisagem faz a raça. A Holanda é uma terra pacífica e serena, porque a sua paisagem é larga, plana e abundante. A paisagem que fez o grego, era o mar, reluzente e infinito, o céu, sereno, transparente, doce, e destacando-se sob aquela imobilidade azul, um templo branco, puro, augusto, rítmico, entre a sombra que faz um grupo de oliveiras. A paisagem do romano é toda jurídica: as terras ásperas, a perder de vista, separadas por marcos de tijolo; uma grande charrua puxada por búfalos, vai passando entre os trigos; uma larga estrada lajeada, eterna, sobre a qual rolam as duas altas rodas maciças dum carro sabino; uma casa coberta de vinha branqueja ao longe, na planície. Não importa a cor do céu: o romano não olha para o céu.
Eça de Queirós, in “O Egipto”
4 comentários:
As águas sempre me fascinam!
Noto que nesta foto não consta a indicação da sua localização.
Leio um olhar púdico sobre a beleza do lago.
Olá, Adelina.
As férias foram boas... E, pronto, voltamos aos dias rotineiros. Mas é sempre possível interrompê-los para registar pequenos apontamentos.
As fotos continuam belas e os textos associados interessantes. São momentos de reflexão. Aprecio bastante.
E qual será a melhor definição da paisagem portuguesa? Fiquei com curiosidade de saber o que diria Eça de Queirós. ;-)
Em relação à fotografia: A composição, com a vegetação à esquerda e a sombra à direita, criou uma dualidade harmoniosa.
Fantástica fotografia; grande momento .parabéns
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