domingo, 27 de setembro de 2009

Possuo para sempre tudo o que perdi

Porto, 2009 © Adelina Silva


Possuo para sempre tudo o que perdi. (…) Bebo, fumo, mantenho-me atento, absorto – aqui sentado, junto à janela fechada. Ouço-te ciciar amo-te pela primeira vez, e na ténue luminosidade que se recolhe ao horizonte acaba o corpo. Recolho o mel, guardo a alegria, e digo-te baixinho: Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do mundo que nos foge.


Al Berto, in “O último coração do sonho”

3 comentários:

mfc disse...

Um texto onde tudo é dito de uma forma linda, como lindo é o teu olhar atento pela foto que nos mostraste.

Anónimo disse...

Quando de uma pequena pintura consegues obscurecer um pedaço de céu azul como de um livro de poemas se trata se e cuja, a capa diz o nome da minha amada... SIM MINHA AMADA!!! Sim se ela decidir amar e ser amada por aquilo que resta de mim...

Pedro Ferreira disse...

um texto intenso e bonito... uma óptima escolha, Adelina... a foto está muito bem também...