
Porto, 2011 © Adelina Silva
Nós nascemos para ter asas, meus amigos.
Não se esqueçam de escrever por dentro do peito: nós nascemos para ter asas. No entanto, em épocas remotas, vieram com dedos pesados de ferrugem para gastar as nossas asas como se gastam tostões. Cortaram-nos as asas para que fôssemos apenas operários obedientes, estudantes atenciosos, leitores ingénuos de notícias sensacionais, gente pouca, pouca e seca. Apesar disso, sábios, estudiosos do arco-íris e de coisas transparentes, afirmam que as asas dos homens crescem mesmo depois de cortadas, e, novamente cortadas, de novo voltam a ser. Aceitemos esta hipótese, apesar de não termos dela qualquer confirmação prática. Por hoje é tudo. Abram as janelas. Podem sair.
Não se esqueçam de escrever por dentro do peito: nós nascemos para ter asas. No entanto, em épocas remotas, vieram com dedos pesados de ferrugem para gastar as nossas asas como se gastam tostões. Cortaram-nos as asas para que fôssemos apenas operários obedientes, estudantes atenciosos, leitores ingénuos de notícias sensacionais, gente pouca, pouca e seca. Apesar disso, sábios, estudiosos do arco-íris e de coisas transparentes, afirmam que as asas dos homens crescem mesmo depois de cortadas, e, novamente cortadas, de novo voltam a ser. Aceitemos esta hipótese, apesar de não termos dela qualquer confirmação prática. Por hoje é tudo. Abram as janelas. Podem sair.
José Fanha, in "Cartas de Marear"
8 comentários:
Ternura...
E um belo p&b!
Belo momento. Um momento de pura ternura e descoberta.
Que delícia de foto!
Espetacular. Era isso que eu estava precisando ler hoje. Muito obrigado por compartilhar pensamento tão singelo e profundo.
Um abraço
Roberto, Rio de Janeiro
Grande retrato! :) P&B muito bem aplicado! :)
Uma fantástica exposição, que resultou num p&b exemplar. A juntar a isso, boa composição e com momento.
e é na infância que o abrir de janelas é mais importante.
uma fotografia "ternurenta".
Preciosa escena, llena de ternura y expresividad.
Saludos.
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