Esquecemos, repudiamos uma pessoa triste ou doente, em virtude da sua inutilidade psíquica ou física.
Ninguém se abandonará a ti, se não vir nisso algum proveito.
E tu? Creio ter-me abandonado uma vez, desinteressadamente. Não devo, portanto, chorar por ter perdido o objecto daquele abandono. Já não seria desinteressado, nesse caso. No entanto, vendo quanto se sofre, o sacrifício é antinatural. Ou superior às minhas forças. E chorar é ceder ao mundo, é reconhecer que se procurava algum proveito. Há alguém que renuncie, podendo ter? A caridade não é outra coisa que o ideal da impotência.
(…)
Mas a grande, a tremenda verdade é esta: sofrer, para nada serve.
Ninguém se abandonará a ti, se não vir nisso algum proveito.
E tu? Creio ter-me abandonado uma vez, desinteressadamente. Não devo, portanto, chorar por ter perdido o objecto daquele abandono. Já não seria desinteressado, nesse caso. No entanto, vendo quanto se sofre, o sacrifício é antinatural. Ou superior às minhas forças. E chorar é ceder ao mundo, é reconhecer que se procurava algum proveito. Há alguém que renuncie, podendo ter? A caridade não é outra coisa que o ideal da impotência.
(…)
Mas a grande, a tremenda verdade é esta: sofrer, para nada serve.
Cesare Pavese, in "O Ofício de Viver"
3 comentários:
Simplesmente espectacular esta fotografia. parabéns.BRAVO 5*****
O repúdio do sofrimento não podia ser melhor dito.
A foto fala-me de solidão... uma outra forma de sofrimento.
Olá Adelina
Parabéns! li e reli este texto!
Sem duvida alguma, um retrato de umas das verdadeiras realidades da vida...
Abraço
Anjo azul
Enviar um comentário