domingo, 15 de março de 2009

O Beijo

Póvoa de Varzim, 2009 © Adelina Silva
Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.

Donde teria vindo! (Não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo

É uma ave estranha: colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.

E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...

Alexandre O'Neill

1 comentário:

mfc disse...

Hoje vi-as bem por perto, mas ainda não tinha lido este poema, senão olhava para elas de outro modo!
O azul é fantástico...e a gaivota nada nele.