quinta-feira, 23 de abril de 2009

Lonjura

Sevilha, 2009 © Adelina Silva

Esta é a viagem forjada no espaço,
No vácuo…
Formada da sombra de uma estrela extinta
Antes do tempo sequer haver.
Viagem da lonjura, da matéria, da perdição.

Estas são as palavras caladas,
As palavras embargadas pela própria solidão
Onde apenas o silêncio permanece.

Este é o poema interminável,
Cinzelado a golpes de ausência
Na ferocidade do silêncio.
Pedro Ferreira

1 comentário:

mfc disse...

A ausência, a lonjura, o silêncio, o vácuo, o embargo, o forjar... substantivos abstractos que enchem um texto na medida exacta em que o despem e ostracizam.
Um texto belo... em contraponto! Se estas palavras pudessem ser o negativo de uma foto linda... essa foto valeria uma vida!
É terrível o desespero e a angústia que se solta deste poema.
Que sofrimento!