sábado, 11 de abril de 2009

Mágoas antigas

Póvoa de Varzim, 2009 © Adelina Silva

"Contudo, quando estou magoado reaparecem as mágoas antigas; quando me sinto culpado, volta a culpabilidade de então; e no desejo e na nostalgia de hoje, esconde-se o desejo e a nostalgia de ontem. As camadas da nossa vida repousam tão perto umas das outras que no presente adivinhamos sempre o passado, que não está posto de parte e acabado, mas presente e vivido. Compreendo isto. Mas por vezes é quase suportável."

Bernhard Schlink, in “O Leitor”

3 comentários:

mfc disse...

Nada é esquecido!
E têm sorte aqueles que conseguem conviver saudavelmente com as suas memórias (as boas e as más)!
Sim, porque as boas também são difíceis de lidar, na medida em que impedem o nascimento de outras... igualmente boas de agora!

JMorais disse...

Eu diria que, por vezes, é quase "insuportável" ter de compreender as nossas vulnerabilidades. As mágoas, a culpa, os desejos por concretizar, tornam-nos nas pessoas que somos hoje.
Gostei da foto e do texto... complementam-se.

Joana

Remus disse...

O grafismo provocado pela ondulação na areia ficou excelente. E a forma como a fotografia foi captada com os diferentes graus de luminosidade, transformou-a em única.
Parabéns.