terça-feira, 28 de abril de 2009

Saudades de quem nunca fui

Paços de Ferreira, 2009 © Adelina Silva
Tinha o vento contra a cara e as nuvens e as ondas do mar por conta própria. Sofria muito de amores e não havia amor que durasse que não magoasse. Jurava-me que um dia viria a não ser eu, sem saber o que dizia, sem antecipar a ilusão. (…) E agora a dor de ser já quem se não queria, ultrapassada a irremediável distância que vai do desejo ao seu fim, sem nada mais poder adivinhar. Saudades de mim, de quem nunca fui.


Pedro Paixão, in "Quase Gosto da Vida que Tenho"

3 comentários:

observatory disse...

nunca foi?

Remus disse...

Sequência bem conseguida, com as diferentes profundidades de campo e respectivas focagens.

mfc disse...

Saudades de nós?! Quem as não tem?
Há que as tornar num estímulo porque ainda vamos a tempo.
E as escolhas?! Nas escolhas não há profundidade de campo. Há que desfocar umas para tornar nítidas outras!